sábado, 9 de abril de 2011

A historia da Philips

Quando o famoso inventor Thomas Alva Edison demonstrou em 1879 a sua lâmpada elétrica em Menlopark, Nova Iorque, chamou a atenção de um estudante de engenharia mecânica holandês, na época com 21 anos, chamado GERARD PHILIPS (1858-1942).
A fundação da Philips & Co. se dá 12 anos depois ( 1891 ) na cidade de Eindhoven (Holanda), com um capital inicial de 75,000 Florins financiado por seu pai, o banqueiro Fredérik Philips (1830-1900) e 10 empregados, tendo por finalidade a fabricação de filamentos de carvão para lâmpadas incandescentes e luminárias, em um salão de 18 X 20 mts.
Com 1 ano de funcionamento, recebe uma encomenda de lâmpadas de um grande fabricante de velas, subindo sua produção diária para 500 lâmpadas em 1895. Era uma grande produção para um pequeno país como a Holanda. Nesta época em função das dificuldades financeiras, começa a pensar em atuar fora do país, e para isso, convida seu irmão mais jovem Anton Philips (1874-1951) para participar deste desafio.
O negócio prospera e antes da virada do século, a PHILIPS é a maior fábrica de lâmpadas do mundo. Em 1912 o nome PHILIPS & CO é mudado para " N.V. Philips Gloeilampenfabrieken " ( empresa de capital aberto ) e em 1914 é aberto o famoso laboratório de física (NATLAB), onde muitas invenções, pesquisas e descobertas são realizadas.
Antes da primeira guerra mundial, seus produtos são comercializados na América e na França.
Em 1918 a Philips inicia a produção de válvulas.
Um fato curioso é que a Philips logo após iniciar a fabricação de válvulas, lançou uma série com filamento de baixo consumo próprias para uso em equipamentos operados a bateria, (muito comum naquela época) denominando-as de "MINIWATT". Posteriormente, o termo Miniwatt tonou-se sinônimo de válvulas Philips
Na década de 20, como parte de um próspero programa de diversificação em suas atividades, o grupo Philips está presente em vários países, tais como Espanha, Polônia, Noruega, China, Suécia, Itália, Suíça, Finlândia, Checoslováquia, Brasil, Inglaterra, Dinamarca, Áustria, Hungria, Alemanha e Austrália, alem de escritórios de representação na Nova Zelândia, Romênia, Portugal, Argélia, Iugoslávia, Israel, Luxemburgo, Índia, Grécia, Turquia e Japão. Todas as filiais são supridas com material fabricado pela matriz em Eindhoven.
A partir desse momento, a Philips passa a patentear suas inovações nas áreas de Radiografias (R.X.) e recepção de ondas de Rádio.
Também no início da década de 20, inicia a produção de uma série de componentes utilizados na construção de aparelhos eletrônicos como o carregador de bateria ( 1016/1017 ), o retificador ( 372 ) e componentes para transmissão e recepção.
Em 28 de julho de 1924, é inaugurada a filial brasileira na cidade do Rio de Janeiro, para a importação e a venda dos produtos Philips fabricados em Eindhoven.
Em 1925, participa no desenvolvimento da primeira Televisão.
Em 1926, inicia a fabricação dos conhecidos alto-falantes 2003 tipo "chapéu chinês"

PRIMEIRA VÁLVULA PENTODO

Apesar de pouco conhecido, a válvula "PENTODO" foi inventada nos laboratórios da Philips na Holanda por dois de seus funcionários - Drs. Gilles Holst e Bernard Tellegen, tendo sido solicitado a patente para o invento no dia 14 de dezembro de 1926. Como haviam pesquisas paralelas nesse tipo de válvula em outros fabricantes, a Philips, para salvaguardar a nova invenção, solicitou o registro das patentes em outros 18 países.
Um detalhe curioso e que poucas pessoas sabem hoje, é que o quinto pino da maioria das válvulas Pentodo de fabricação Philips e Mullard ( posteriormente a Telefunken adota a mesma estratégia ) colocadas à venda na época, era montado na lateral, com uma porca recartilhada possibilitando aos proprietários dos rádios já existentes, trocarem as válvulas Triodos "agora obsoletas" por uma válvula Pentodo moderna sem a necessidade de trocar o soquete, bastando adicionar um fio da fonte de +B e conectá-lo ao referido pino na lateral.
Foi lançada comercialmente em setembro de 1927 na feira de Utrecht junto com o lançamento do primeiro rádio da Philips, porem só é incorporada ao modelo 2502

O PRIMEIRO RÁDIO DA PHILIPS

A Philips demorou até 1927 para fabricar um receptor completo. No dia 06 de setembro, na feira de Utrecht, é apresentado o rádio 2501 , primeiro receptor da Philips com alimentação e alto-falante separados.
Este modelo de rádio era muito moderno para a época pois ao contrário de muitos outros rádios de seu tempo, ele era de fácil ajuste, não tinha bobinas para fora e vinha com somente dois controles para a sintonia, ganhando com isso muito sucesso.
O rádio 2501 era vendido pela Casa Lucas, a maior distribuidora de rádios da marca Philips no Rio de Janeiro.

Veja em mais detalhes nesta foto, o primeiro rádio da Philips.
A seguir, a Philips lançou o modelo 2516, uma pequena caixa de metal que, por seu formato, ganhara o apelido popular de Chapeuzinho Vermelho. Tinha três botões. Um para mudar as faixas de onda, um para sintonizar as estações e outro para o ajuste do oscilador ( nessa época os receptores funcionavam por um processo denominado de RFS, -"Radio Frequência Sintonizada"-, não possuindo portanto F I, -"Frequência Intermediária"- ).
Dentro de um ano a Philips é a maior fabricante de Rádios na Europa.
Após tremendo sucesso, baseado não só em uma boa estratégia de marketing, mas também em função da boa qualidade de seus produtos, alcança vendas de 1 milhão de aparelhos em 1932, e 100 milhões de válvulas em 1933.
Em 1933, inicia a produção de aparelhos de Raio X para uso na medicina, nos EUA.

Em 1939, lança no mercado o primeiro barbeador elétrico.
Após a interrupção da Segunda Guerra Mundial durante o qual a administração da Philips refugia-se nos Estados Unidos, a companhia continuou crescendo, comercializando seus produtos com a marca Philips, Magnavox, e Norelco. Lançou a fita K7 em 1963, ajudou a criar o Compact Disc e o videocassete, produzindo seu primeiro circuito integrado em 1965.
No Brasil, o processo de crescimento da Philips foi idêntico ao acontecido na américa. Como foi dito acima, a Philips estava presente com escritórios de representação no Rio de Janeiro desde 1924 e durante a segunda guerra mundial, meados de 1941, tentando escapar dos conflitos entre Alemanha e demais países da Europa, procura um estado neutro para desenvolver novas tecnologias. Com isso, descobre a necessidade das Forças Armadas Brasileiras em ter uma indústria de eletrônica no país. No início da década de 40, os equipamento de comunicação das Forças Armadas Brasileiras estavam obsoletos. Impedida de renová-los devido às condições mundiais ( 2a guerra ) alem do fato da maior parte desses equipamentos serem de fabricação Telefunken ( Alemão ). Sendo assim, o grupo Philips estabelece uma parceria com a Cacique ( A Cacique -"Indústria Paulista de Eletricidade"- foi fundada em 1933 por um grupo de pioneiros, dedicada à fabricação de rádios ), surgindo assim a INBELSA -"Indústria Brasileira de Eletricidade S./A."- que teve participação importante no desenvolvimento das telecomunicações brasileiras nas décadas de 50 e 60 fabricando entre outros itens, transceptores para O.C.. Da mesma forma acontece com a IBRAPE ( Indústria Brasileira de Produtos Eletrônicos ) e a Philips do Brasil.
Faz parte da história da Philips, a aquisição da indústria inglesa MULLARD Radio Valve Company em 1926, incorporando a fábrica de válvulas, a fábrica de receptores e o logotipo "PM" que passa a ser divulgado como "Philips Mullard". A Mullard e a Franklin (divisão Argentina da Philips ) fabricaram diversos modelos de rádios nas décadas de 50 e 60, ( muitos deles fabricados e distribuidos no Brasil pela RADELSA, Rádio e Eletricidade S.A.).
Clique AQUI e veja uma tabela com a equivalência entre os modelos de rádios fabricados pela Philips, Mullard e Franklin nas décadas de 40, 50 e 60 no Brasil.
Na segunda metade da década de 60, o grupo Philips inaugura em Recife com incentivos fiscais da SUDENE, a Philinorte -"Philips Eletrônica do Nordeste"-, voltada à fabricação de aparelhos e centrais telefônicas. Os equipamentos fabricados nessa divisão eram tão bons, que contavam-se estórias muito divertidas. Diziam na época que para operar as centrais da Philips, havia a necessidade somente de um homem e um cachorro. O homem para alimentar o cachorro e o cachorro para não deixar o homem mexer na central.
A Philips nos dias de hoje, está presente em várias segmentos como iluminação, baterias, televisores, rádios, compact disc, gravadores de áudio e vídeo, eletrodomésticos, produtos pessoais, produtos profissionais, inclusive na área de telecomunicações, computadores, informática e equipamentos para escritório, com industrias e subsidiárias em todo o mundo.
No Brasil, teve ou tem sua história ligada à Sul América, Wallita,........Peterco, mas, a partir desta data, os produtos e assuntos são modernos, vamos deixar essa pesquisa para as próximas gerações.

COMO NASCEU O EMBLEMA DA PHILIPS

A logomarca da Philips tem uma história com mais de 70 anos. As linhas onduladas e as estrelas representam as ondas de rádio que atravessam o éter e foi inicialmente usado em 1925 como decoração em cabeçalho de cartas, papeis de escritório, anúncios, materiais de divulgação e também em caixas de válvulas 'Miniwatt' usadas em rádio.
O desenho ao lado foi uma das primeiras tentativas da Philips em fazer uma logomarca
O número de estrelas usado neste período teve algumas variações. Existem exemplos de uma única estrela, uma combinação de duas e um conjunto de até 12.
No início dos anos 30, o emblema composto somente pelo círculo com quatro estrelas em combinação com as três linhas onduladas, para simbolizar a abertura circular de um loudspeaker era constantemente usado em uma grande variedade de produtos tornando-a mundialmente conhecida. Porém, quando foi decidido solicitar o registro da logomarca, descobriu-se que uma companhia química multinacional, a "ICI", tinha uma marca circular bastante semelhante já registrada, tornando impossível para a Philips usar seu emblema circular e a palavra Philips dentro dele.
O emblema resultante - agora mundialmente famoso - foi criado em 1938.
Desde então, esta logomarca é usada em todos os seus produtos, associando o grupo Philips à mundialmente conhecida marca Philips.

Sociedade Rádio Philips do Brasil - PRA-X







Copyright © - 2000 João Mello
RÁDIOS ANTIGOS NO BRASIL
Os rádios da marca Philips de qualquer época atualmente são considerados altamente colecionáveis tanto no Brasil como principalmente no exterior. No Brasil, temos certa facilidade de encontrá-los na região sul/sudeste em antigas oficinas, feirinhas e antiquários, ( muitos deles em pleno funcionamento para deleite dos colecionadores ) devido à marcante presença da Philips no eixo Rio-São Paulo, assim como a preferência de uma parcela da população dessa região, descendentes de imigrantes europeus.
Voltando à história da Philips....
Clique AQUI para ver os mais belos cartazes da Philips
Na década de 20, a indústria holandesa instala-se no Brasil e para divulgar seus produtos, funda em 12 de março de 1930 na antiga Capital federal a PRA-X - Sociedade Rádio Philips do Brasil.
Era possuidora do melhor som dentre as demais emissoras da época, não só pela potência do sinal irradiado mas também pelo bom funcionamento dos rádios da marca vendidos à elite carioca por um pernambucano que viria a se tornar em um dos mais famosos produtores de programas de rádio da época: "Ademar Casé" . ( avô da atriz e apresentadora de programas Regina Casé -MUVUCA- ). Seus locutores propagavam -na como sendo a emissora do signo das estrelas, já que compunham sua logomarca o desenho de 4 estrelas.
Ademar Casé iniciou sua trajetória de sucesso no rádio em um Domingo, 14 de fevereiro de 1932. Essa foi a data de estréia do Casé.
Conforme conta seu neto Rafael Casé no livro Programa Casé - O Rádio Começou Aqui, duas horas antes de entrar no ar, todos já estavam reunidos no estúdio da rádio Philips localizado no quinto andar da Rua Sacadura Cabral, 43 - pertinho da Praça Mauá, no centro do Rio. Tudo pronto para a primeira irradiação do Programa Casé, um nome que, aliás, surgiu por acaso. Ademar convidou o Dr. Victoriano Augusto Borges, diretor da Rádio Philips, para saudar os rádios-ouvintes em nome da emissora. Porém, poucos minutos antes de o programa ir ao ar é que o diretor descobriu que o programa não tinha nome. Casé só então deu conta de que havia se esquecido desse "pequeno detalhe". Coube ao Dr. Augusto, no improviso, criar um. Às oito da noite, ele abriu a chave do microfone e anunciou: "A Rádio Philips do Brasil, PRAX, vai começar a irradiar o Programa Casé."
Conforme relato em um artigo publicado na revista "RADIO PHONO" no 12 pág. 391 de Julho de 1930, o transmissor da estação P.R.A.X. foi projetado e construído pelo departamento técnico e oficinas da S./A. Philips do Brasil. O seu projeto é um tanto audacioso e incorpora os últimos processos usados nos modernos transmissores de radiofonia. A potência da estação é de 1000 Watts, sendo essa a soma da potência das válvulas do último estagio acoplado à antena.
Foi desativada em 1936 pela organização holandesa forçada por uma legislação governamental, que criava embaraços para uma emissora com suas características, já que tinha como principal objetivo, divulgar os produtos fabricados e comercializados pela Philips do Brasil conforme descreve Reinaldo C. Tavares em seu livro "Histórias que o Rádio Não Contou".
Outra versão é descrita por Rafael Casé:- A Rádio Philips era a única emissora carioca que chegava a São Paulo, em 1932. Só que, por não apoiar a revolução Constitucionalista, a empresa acabou enfrentando um boicote paulista a seus aparelhos de rádio. E, como a emissora nascera para ajudar a promover os produtos Philips e não para prejudicá-los, a direção da multinacional decidiu vendê-la.
Casé foi procurado, mas, na época, não tinha como dispor dos 50 contos de réis necessários para a compra.
Foi encampada pelo grupo do jornal "A Noite", "Noite Ilustrada" e "Revista Carioca" e transformada em 12 de Setembro de 1936 na conhecida rádio brasileira PRE-8 Radio Nacional do Rio de Janeiro, sendo seus estúdios instalados inicialmente na Praça Mauá número 7, edifício A Noite.

Com fábrica em Guarulhos - SP - à rua Anton Philips no 1, esta indústria fabricou uma série de afamados modelos de rádios entre as décadas de 50 e 60.
Conhecida pelos bons aparelhos que saem de suas linhas de produção, atua hoje em vários segmentos da eletroeletrônica no Brasil.
O modelo L3 X 78 T/01, idêntico a este mostrado na foto, foi o primeiro rádio transistorizado da Philips, lançado em 1957 na Holanda, posteriormente fabricado no Brasil por volta de 1960 como Mod. L3 R 78 T

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